Atletismo: Primeira medalha de Ouro olímpica para Portugal faz hoje 25 anos
Faz hoje precisamente 25 anos, que Carlos Lopes elevou o nome de Portugal aos 4 cantos do Mundo, ao conquistar pela primeira vez uma medalha de Ouro olímpica para o "pequeno país à beira-mar plantado".
A 12 de Agosto de 1984, em Los Angeles (E.U.A.) decorria mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Às 17h00 (hora local, 01h00 do dia 13, em Portugal) Carlos Lopes partia para aquela que seria mais uma corrida inesquecível.
Vinte e cinco anos depois, o corredor português explicou ao Jornal A Bola que naquela altura não sentiu "nem medo, nem pressão", apesar de ter "38 anos de idade".
Carlos Lopes acrescentou que o seu ritmo cardíaco antes de uma prova "não ultrapassava as 46 pulsações por minuto", recordando ainda que havia um treinador que não o percebia, porque no dia anterior às competições, o seu estado de espírito era "muitíssimo calmo" como se estivesse "a preparar para uma festa".
No que à prova diz respeito, o atleta português colocou-se logo no grupo da frente, que foi perdendo unidades há medida que os quilómetros iam passando. Primeiro foi o colombiano Salazar (ao Km 19), depois o espanhol Castella (ao Km 34) e por fim o sul-coreano Seko e o japonês Takeshi So (ao Km 36).
À entrada do estádio olímpico de Los Angeles, Carlos Lopes desferiu um ataque impressionante, deixando para trás os adversários que restavam: os britânicos John Tracy e Charles Spedding.
As primeiras palavras como campeão olímpico foram simples, mas nada humildes, como explicou hoje o próprio: "Quando me perguntaram se a Maratona tinha sido dura e difícil, eu respondi que não, que tinham sido uns 42 Km fáceis e que os adversários não tinham dado luta. Estava a ser irónico, ainda que ninguém tenha percebido isso, porque uma Maratona é sempre dura e difícil, e depois de suar durante 42 Km, estar desidratado e à beira de um colapso, virem-me perguntar se a prova tinha sido dura e difícil, deixa qualquer um com vontade de dizer meia dúzia de palavrões. Mas pronto, tudo isso já passou!"
Quem não aguentou a emoção foi o Prof. Moniz Pereira, que se abraçou a Carlos Lopes, assim que surgiu a primeira oportunidade. O ex-atleta explicou também que "o Prof. merecia aquela medalha, especialmente depois da desistência de Mamede nos 10000 metros".
A fechar a conversa, o primeiro e, até agora, único português campeão olímpico na Maratona considerou que se sentiu "muito feliz" na altura, mas a medalha que guarda com maior orgulho é aquela que ganhou quando foi "campeão mundial de corta-mato pela primeira vez".
Jornalista: João Miguel Pereira
A 12 de Agosto de 1984, em Los Angeles (E.U.A.) decorria mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Às 17h00 (hora local, 01h00 do dia 13, em Portugal) Carlos Lopes partia para aquela que seria mais uma corrida inesquecível.
Vinte e cinco anos depois, o corredor português explicou ao Jornal A Bola que naquela altura não sentiu "nem medo, nem pressão", apesar de ter "38 anos de idade".
Carlos Lopes acrescentou que o seu ritmo cardíaco antes de uma prova "não ultrapassava as 46 pulsações por minuto", recordando ainda que havia um treinador que não o percebia, porque no dia anterior às competições, o seu estado de espírito era "muitíssimo calmo" como se estivesse "a preparar para uma festa".
No que à prova diz respeito, o atleta português colocou-se logo no grupo da frente, que foi perdendo unidades há medida que os quilómetros iam passando. Primeiro foi o colombiano Salazar (ao Km 19), depois o espanhol Castella (ao Km 34) e por fim o sul-coreano Seko e o japonês Takeshi So (ao Km 36).
À entrada do estádio olímpico de Los Angeles, Carlos Lopes desferiu um ataque impressionante, deixando para trás os adversários que restavam: os britânicos John Tracy e Charles Spedding.
As primeiras palavras como campeão olímpico foram simples, mas nada humildes, como explicou hoje o próprio: "Quando me perguntaram se a Maratona tinha sido dura e difícil, eu respondi que não, que tinham sido uns 42 Km fáceis e que os adversários não tinham dado luta. Estava a ser irónico, ainda que ninguém tenha percebido isso, porque uma Maratona é sempre dura e difícil, e depois de suar durante 42 Km, estar desidratado e à beira de um colapso, virem-me perguntar se a prova tinha sido dura e difícil, deixa qualquer um com vontade de dizer meia dúzia de palavrões. Mas pronto, tudo isso já passou!"
Quem não aguentou a emoção foi o Prof. Moniz Pereira, que se abraçou a Carlos Lopes, assim que surgiu a primeira oportunidade. O ex-atleta explicou também que "o Prof. merecia aquela medalha, especialmente depois da desistência de Mamede nos 10000 metros".
A fechar a conversa, o primeiro e, até agora, único português campeão olímpico na Maratona considerou que se sentiu "muito feliz" na altura, mas a medalha que guarda com maior orgulho é aquela que ganhou quando foi "campeão mundial de corta-mato pela primeira vez".
Jornalista: João Miguel Pereira
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